Comecei a pensar nos meus grandes encontros...
Ricardo Newton é um artista do Rio de Janeiro. Há anos e anos atrás estava no Barra Shopping e vi uma exposição linda que estava acontecendo no primeiro piso. Fiquei maluca, as imagens não saíam da minha cabeça.
Cheguei na aula segunda igual a uma tagarela (não que eu não seja normalmente!) contando o que eu tinha visto. Fiquei encantada. A professora era meio fechada, não dava muita trela pra gente. Me chamou do lado de fora da sala: "vem cá."
Me levou pra sala do lado, entrou comigo na aula e falou:
- Thaís, esse é o Ricardo Newton, ele é professor aqui da Univesidade.
Quase caí dura e esturricada pra trás. Ficamos horas conversando, ele é uma pessoa tão encantadora quanto suas obras e fui em várias exposições dele depois pos ele me convidava pessoalmente. As pinturas dele me incentivaram muito.Foi um encontro com o inesperado.
Lembrei da minha ansiedade no Klimt Museum, em Viena e dos olhos cheios d´água quando me deparei pela primeira vez com um quadro dele ao vivo e a cores.Ou melhor, ao vivo e dourado. Reluzia. Meu coração também.
Estudei na faculdade, vi fotos, mas nada se compara ao encantamentode estar ali, frente a frente com um tesouro.
Também teve um quadro no Museu Van Gogh em Amsterdam. Parecia que eu tinha levado um tapa na cara.Pá! Era uma mulher vestida de branco num fundo vermelho. E nem era do Van Gogh. Fiquei tão desnorteada que não lembro do nome do quadro e nem do pintor. Até hoje penso nela.
Foi um encontro com a arte.
Quando vi o filme Jerry Maguire pela primeira vez (e todas as outras 395 vezes) me senti movida a correr atrás das coisas que eu desejo e acredito. Carrego aquela sensação sempre comigo. Lembro do sentimento de conforto e da certeza de que tudo vai dar certo.
Foi um encontro com o fracasso e com o sucesso.
Lembro de quando me apaixonei pelo som do violino. Florença tinha fundo musical, mas um dia ouvi diferente. O som ecoava pela Piazza della Republica. Comecei a procurar de onde aquela música vinha. Avistei um casal e cheguei perto.Estava com meu amigo de Togo, Senam, que sentiu comigo aquela música invadir nossos corações. Chorei de emoção. Foi um encontro com a magia da música.
Um dos meus grandes encontros foi quando cheguei para morar em Florença. Sempre sonhei em ir pra lá, desde a época da faculdade. A Itália era um sonho.
Quando cheguei lá de mala e cuia, morrendo de medo, sozinha e sem falar a língua direito parecia que eu estava voltando pra casa. Me identifiquei totalmente, eu já fazia parte daquele lugar e não sabia. Acho que na verdade foi um encontro comigo mesma.
Acho que a vida é cheia de grandes encontros. Encontros que nos marcam e mudam algo em nós. Tudo que eu vivi e senti me modificou, me ensinou e me fez ser quem eu sou hoje.
Os encontros sofridos, doloridos também são importantes. fazem a gente valorizar as coisas boas, saber o que não queremos pra nossa vida, nos ensinam a mudar o que não nos agrada. Os grandes encontros podem ser bons ou ruins, independente disso temos que tirar o melhor deles e crescer.
Beijos
Ricardo Newton- tela Motel das estrelas
Gustav Klimt- Tela Portrait de Adele Bloch-Bauer I- 1907
4 comentários:
Feliz Dia do Amigooo :)
Padrinhaa!!
Fantástico seu textículo, me senti lendo o prefácio de um livro super interessante.. quero mais!
E salve o inesperado.
Bejuuuu!
PS: eu SEMPRE leio seu blog mas nunca comentei.. que feio!
Pronto, erro corrigido com bonus; logo 2!
Thaís,
Tô lendo o teu e outros blogs com atraso, pois lá em Petrópolis a conexão é uma porcaria e não dá pra ver tantos e com fotos ainda por cima, mas este teu post está lindo, você mais ainda, que cabelão maravilhoso, devia deixar de novo assim.
Quanto à vida ... bem, ela dá muitas voltas e a gente pode chorar muito, rir demais, juntar, separar, sofrer, amar de novo, desamar, faz parte da essência do humano e nós somos os únicos que sabemos driblar tudo isso, basta ter vontade de viver e reagir.
Você, com este humor maravilhoso e a luz própria, nunca ficará só num determinado tempo, sempre estará se renovando.
grande beijo carioca
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